Dorival Júnior orienta os jogadores no treino do São Paulo — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc

Tricolor não contava com a possibilidade de perder seu treinador a poucos dias do início do Campeonato Paulista

O São Paulo começou 2024 tranquilo: campeão da Copa do Brasil, com Dorival Júnior garantido como técnico e participando diretamente do planejamento para os campeonatos da temporada. A paz, porém, durou pouco. O interesse de Ednaldo Rodrigues, atual presidente da CBF, no treinador do Tricolor preocupa (e muito) o clube.

Dorival Júnior tem contrato com o São Paulo até o fim de 2024 e é fundamental no planejamento para esta temporada, que terá Campeonato Paulista, Supercopa do Brasil, Libertadores e Brasileirão para serem disputados. Com perfil completamente encaixado ao dia a dia do clube, o treinador é visto internamente como peça decisiva no desempenho nas competições do ano.

A volta de Ednaldo Rodrigues para a CBF, porém, pode mudar o rumo do São Paulo em 2024. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol demonstrou, na última quinta-feira, o interesse em contratar Dorival Júnior e já entrou em contato com o presidente Julio Casares para avisar que pretende conversar com o treinador.

O interesse da CBF em Dorival Júnior pegou o São Paulo de surpresa. Não estava, nem de perto, nos planos do clube perder o treinador no início deste ano. Decisivo na conquista da Copa do Brasil, o técnico participou da escolha de jogadores que negociaram e negociam com o Tricolor para 2024, já pensando na formação do elenco para a temporada.

Até agora, o São Paulo contratou o atacante Erick e os volantes Bobadilla e Luiz Gustavo. Todos tiveram a aprovação de Dorival Júnior, de acordo com o que o treinador pensa para a equipe para os campeonatos que tem para disputar.

As contratações foram pensadas pelo São Paulo, também, de acordo com o esquema tático preferido de Dorival Júnior. Durante a vitoriosa campanha da Copa do Brasil do ano passado, o treinador optou pelo clássico 4-4-2, com dois atacantes mais centralizados.

A escalação preferida de Dorival neste período, com todos seus principais jogadores à disposição, era: Rafael, Rafinha, Arboleda, Beraldo e Caio Paulista; Pablo Maia, Alisson, Nestor e Rato; Lucas e Calleri.

Além do esquema tático, o que fez diferença para o São Paulo em 2023 foi o espírito motivador de Dorival Júnior. Ao chegar no clube, em meio a um momento de desconfiança de torcedores e pouca crença em algo bom até o fim da temporada, o treinador demonstrou acreditar que poderia conquistar um troféu pouco tempo depois:

– Estou vindo para o São Paulo com esse objetivo. Eu venho, como você mesmo disse, para um clube gigante e que de repente não vivencia o momento que merece. Mas que pode voltar a ser em questão de tempo, meses. Tudo vai depender do trabalho, dedicação, acreditarmos. Eu estou plenamente consciente do passo que estou dando. Terei um tempo de contrato que depois, no fim dele, vocês podem me fazer a mesma pergunta – disse, ao ser apresentado como técnico do São Paulo.

Campeão da Copa do Brasil, Dorival Júnior, então, passou a participar diretamente do planejamento para a Libertadores de 2024. Não apenas chegada de jogadores, mas dispensas, também. Méndez, Luan e Nathan, por exemplo, não devem ficar no São Paulo porque não fazem parte dos planos do treinador e, consequentemente, do clube.

Dorival Júnior também tem papel fundamental no bom relacionamento no dia a dia do CT da Barra Funda. Querido pelo elenco, o técnico é visto como um “paizão” no dia a dia agitado com a dura rotina de jogos e viagens, por ter boa relação com jogadores, mesmo que diante de cobranças por evolução.

Diante de todo esse cenário, o São Paulo não vai medir esforços para ficar com Dorival Júnior caso a CBF de fato procure o treinador. Por outro lado, entende que a vontade do técnico pode falar mais alto: afinal, treinar a seleção brasileira sempre foi um dos objetivos dele.

– A CBF tem a capacidade de poder definir tudo isso. Temos que respeitar e torcer para o profissional que seja escolhido – disse Dorival, em abril do ano passado, enquanto a CBF também procurava por um técnico.

– O que for para acontecer, que aconteça. Nunca forcei situação, nunca fiz assim um esboço do que seria a um ano, dois anos. Nunca me preparei para uma situação, uns falam que planejamento é fundamental, eu nunca fiz isso, sempre tive a confiança que Deus me colocaria nos momentos corretos. Sempre foi assim, não vai ser diferente – comentou.

Fonte: GE

By Leo