Quartas de final da Copa Africana de Nações de 2024 está 'dividida' entre seleções com técnicos nativos da África e europeus Getty Images

Começam nesta sexta-feira (2) as quartas de final da Copa Africana de Nações, que vai afunilando cada vez mais antes de o grande campeão ser conhecido, no próximo dia 11 de fevereiro, no Estádio Olímpico de Ebimpé, em Abidjã, capital da Costa do Marfim. Além dos anfitriões, outras sete seleções seguem vivas na disputa.

Em uma competição onde a pluralidade cultural é evidente, aliada também à herança colonial das nações africanas, a fase final da atual edição tem um detalhe que chama atenção – e extrapola as quatro linhas. Dos 8 treinadores envolvidos nesta fase da competição, metade é africana e a outra metade, europeia.

Entre os países que têm no comando treinadores nascidos na África está a própria Costa do Marfim. O país sede da CAN começou a disputa com o francês Jean-Louis Gasset, que ocupava o cargo desde 2022, mas ele foi demitido logo após a goleada por 4 a 0 sofrida para Guiné Equatorial, ainda na fase de grupos. Para o seu lugar, o escolhido foi o marfinense Emerse Faé, ex-jogador da seleção e que era o auxiliar-técnico dos Elefantes.

Completam a lista entre os comandantes africanos que estão nas quartas de final da Copa Africana: Kaba Diawara (Guiné), Éric Chelle (Mali) e Bubista (Cabo Verde).

Já entre os europeus, a maioria é de Portugal. Começando pela Nigéria, que tem José Peseiro no cargo, e também a Angola, sua adversária nas quartas, com Pedro Soares Gonçalves no comando.

O francês Sébastien Desabre, que é o comandante do Congo, e o belga Hugo Broos, da África do Sul, fecham a lista dos europeus à frente das seleções africanas que estão nas quartas.

Esta fase da competição também tem outro fato interessante: promoverá um duelo entre dois técnicos europeus, um entre africanos e dois confrontos entre europeus e africanos. Veja abaixo.

  • Nigéria – José Peseiro (Portugal) x Angola – Pedro Soares Gonçalves (Portugal)
  • Congo – Sébastien Desabre (França) x Guiné – Kaba Diawara (Guiné)
  • Mali – Éric Chelle (Mali) x Costa do Marfim – Emerse Faé (Costa do Marfim)
  • Cabo Verde – Bubista (Cabo Verde) x África do Sul – Hugo Broos (Bélgica)

Quartas da última edição da CAN também foram ‘divididas’

Se no passado a realidade era bem diferente, com uma minoria de técnicos africanos presentes nesta fase da competição, desde a edição passada este panorama começou a mudar, com os técnicos nativos cada vez mais presentes no mata-mata.

O exemplo mais recente é de 2021, quando Senegal se sagrou campeão africano sob o comando do senegalês Aliou Cissé, que permanece até hoje no cargo. Naquela edição, as quartas de final também foram “divididas” entre africanos e europeus, com quatro para cada lado. Veja abaixo.

  • Gâmbia – Tom Saintfiet (Bélgica) x Camarões – Toni Conceição (Portugal)
  • Burkina Faso – Kamou Malo (Burkina Faso) x Tunísia – Mondher Kebaier (Tunísia)
  • Egito – Carlos Queiroz (Portugal) x Marrocos – Vahid Halilhodzic (Bósnia)
  • Senegal – Aliou Cissé (Senegal) x Guiné Equatorial – Juan Micha (Guiné Equatorial).

A última edição em que não houve este equilíbrio foi a de 2019, vencida pela Argélia. À época, foram cinco técnicos europeus, contra três africanos (um deles o próprio Cissé). Foram 13 edições seguidas nesta configuração – entre 2019 e 1996 –, com predomínio de técnicos que não eram nativos da África.

  • Senegal – Aliou Cissé (Senegal) x Benin – Michel Dussuyer (França)
  • Nigéria – Gernot Rohr (Alemanha) x África do Sul – Stuart Baxter (Escócia)
  • Costa do Marfim – Ibrahima Kamara (Costa do Marfim) x Argélia – Djamel Belmadi (Argélia)
  • Madagascar – Nicolas Dupuis (França) x Tunísia – Alain Giresse (França)

Isso porque, até então, a última edição em que técnicos africanos foram maioria nas quartas de final aconteceu lá em 1994, na Tunísia, em edição que terminou em título da Nigéria. Dos 8 treinadores, 5 eram africanos. Veja abaixo.

  • Egito – Taha Ismail (Egito) x Mali – Mamadou Keita (Mali)
  • Zaire (Antigo Congo) – Mukendi Kalala (Zaire) x Nigéria – Clemens Westerhof (Holanda)
  • Gana – Edward Aggrey-Fynn (Gana) x Costa do Marfim – Henryk Kasperczak (Polônia)
  • Zâmbia – Ian Porterfield (Escócia) x Senegal – Jules Bocandé (Senegal)

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Fonte: Espn

By Leo