Bruno Henrique e Mauricio sucumbiram em queda do Inter — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação, Internacional

Preso na estratégia de Roger nas semis contra o Juventude, Coudet não conseguiu encontrar alternativas e segue sem disputar uma final de Gauchão

O grupo é badalado, repleto de opções. A torcida comprou a entrega e discurso da direção e fez sua parte. Lotou o Beira-Rio em uma segunda-feira à noite, mas de nada adianta. Em campo, o Inter repete o roteiro ano após ano. Acumula fracassos. Não sabe mais sequer o caminho das finais do Gauchão, do qual é o maior campeão. Eduardo Coudet, tão decantado, sucumbiu e apresentou um cardápio de erros e foi amarrado pelo Juventude nos duelos da semifinal.

O capítulo da senda de fiascos ocorreu na noite de segunda-feira. O local? O Beira-Rio, claro! Palco da goleada por 3 a 0 para o Grêmio, então na Série B, em 2022, das quedas para o Olimpia, Melgar, Caxias, América-MG e Fluminense, agora também o estádio da eliminação para o Juventude.

O Inter empatou em 1 a 1 no tempo normal e, nos pênaltis, levou 6 a 5. Resultado: o farto elenco colorado, com o chefe de cozinha Eduardo Coudet, que durante a série de 10 vitórias tanto disse para a torcida “não consumir m*”, em referência a conteúdos e opiniões sobre o clube, ofereceu um prato indigesto aos mais de 40 mil presentes no estádio.

O argentino, que berrava e caminhava de um lado a outro na área técnica, não conseguiu superar a estratégia de Roger Machado. Longe disso. Faltou repertório para derrubar o bloqueio do Juventude.

As peças de criação Aránguiz, Bruno Henrique, Mauricio, Alan Patrick e Wanderson pouco construíram. Aliás, todo o sistema ofensivo não funcionou. E se quase todos os atletas não rendem, a responsabilidade está na engrenagem.

O chileno até lançou Renê para empatar, na única jogada em que teve brilho em lance ensaiado. Já Mauricio, descontrolado, ainda caiu na pilha de Nenê, o agrediu e acabou expulso no desastroso enredo colorado. Antes, perdera a chance clara da virada colorada quase embaixo das traves.

E os problemas atrás, tão conhecidos, apareceram. Bustos sofreu com as jogadas às costas. Renê errou uma saída de bola que só não foi gol porque Edson Carioca acertou a trave e Vitão salvou em cima da linha. Só que o zagueiro voltou a falhar na bola aérea e deixou Zé Marcos abrir o placar de cabeça.

O Inter perdeu o primeiro tempo e poderia sair dali eliminado já, não fosse a defesa de Rochet, talvez a única notícia boa, e Vitão no citado lance sobre a linha.

O cardápio de Coudet ainda reservava a sobremesa. A 20 segundos do fim da partida, o treinador promoveu a entrada de Robert Renan, uma das contratações do ano, no lugar de Vitão. Claramente para cobrar o pênalti. O camisa 4 tentou dar uma cavadinha, mas Gabriel Vasconcellos segurou.

Kelvi Gomes bateu o seguinte e converteu para a ira das arquibancadas, que vaiaram o zagueiro do Inter. Envergonhado, se ajoelhou no gramado e saiu com a camisa no rosto, enquanto era abraçado pelos colegas. A eliminação, claro, tem boa parcela de Robert. Mas também tem de Coudet, que não conseguiu fazer o time evitar chegar às penalidades com uma nominata superior.

Coudet segue sem encher a barriga. Agora não tem mais a desculpa do “grupo curto”, a muleta à qual se apegou na primeira passagem pelo Beira-Rio, em 2020, para deixar o clube rumo ao Celta de Vigo. Novamente, cai antes da final.

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O presidente Alessandro Barcellos, que ouviu a coletiva do treinador, não escondia a decepção. Ainda se prontificou a falar e disse que as cobranças já começaram no vestiário e seguirão nos próximos dias.

O dirigente não poupou esforços. Investiu R$ 80 milhões para dar 10 reforços a Coudet, ainda que Bernabei, Thiago Maia, Fernando e Rafael Borré tenham sido contratados após o prazo de inscrição do Gauchão.

Barcellos montou um grupo forte, com alternativas nos mais distintos setores, mas ainda não recolocou o time na rota dos títulos. Pior. No quarto ano de gestão, só chegou à final do Gauchão no primeiro, quando Miguel Ángel Ramírez estava no comando.

Alexander Medina, Mano Menezes e Coudet sucumbiram na semifinal. O Inter já está há oito anos sem uma taça sequer. A última, o Gauchão no traumático ano de 2016.

O Inter voltará a ser campeão? A pergunta martela a cabeça do maltratado torcedor. Até a noite segunda tão esperançoso, voltou a ser brindado com mais um fiasco nesta jornada interminável. Como acreditar que Brasileirão, Copa do Brasil e Sul-Americana terão desfechos distintos? Veremos o que Coudet e os comandados apresentarão.

Março nem acabou e o Inter já está sob cobrança. Serão oito dias até a estreia na Sul-Americana. O duelo com o Belgrano ocorre no dia 2 de abril, às 19h, no Mário Kempes, em Córdoba.

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Fonte: GE

By Leo