Raio cai duas vezes no mesmo lugar, e Alvinegro sai em vantagem contra o Bragantino
O que vale mais em uma partida eliminatória: jogar bem ou vencer? A linha tênue entre resultado e desempenho parece ser válida até ter uma vaga importante em jogo. Na vitória do Botafogo sobre o RB Bragantino, o que se viu foi um time que mais vibrou do que jogou. Pelo contexto, está valendo. O time saiu na frente por uma vaga na fase de grupos da Conmebol Libertadores e isso foi o mais importante.
No Estádio Nilton Santos, os primeiros minutos foram de tensão. Um nervoso Botafogo pouco fazia com bola no pé. Parecia que ela estava queimando, quase. O time praticamente não tocava para frente e os passes ficavam limitados em Gatito Fernández, Lucas Halter e Barboza – em certos momentos, já sem opções, disparavam chutões para frente, que quase nunca tiveram êxito.
A pressão do Bragantino era bem organizada e o meio-campo alvinegro estava encaixotado. Gregore e Tchê Tchê não davam a sustentação que a equipe precisava pra chegar ao ataque – o primeiro, encarregado mais com a defesa, era mais econômico nos passes; o segundo não foi tão vertical quanto geralmente é e acabou substituído no intervalo.
Não foi uma boa atuação na etapa inicial – nem de Botafogo quanto de Bragantino. O jogo era mais de suspiração do que inspiração.
A noite chuvosa no Rio de Janeiro trouxe o raio. Júnior Santos tirou o gol da cartola em grande individual. Damián Suárez foi inteligente e bateu lateral rápido. O camisa 11, de largas passadas e por vezes pernas confusas, teve calma para diminuir a passada, deixar Luan Cândido para trás e fingir o chute para Lucas Cunha cair no chão. O chute foi tão preciso que Cleiton nem se mexeu.
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Ambiente diferente
Parecia até um déjà vu quando, minutos depois, Juninho Capixaba empatou o jogo para o Bragantino. Mesmo com a igualdade, a torcida não parou de cantar e o time saiu para o intervalo aplaudido.
O segundo tempo não foi muito diferentes dos 45 minutos iniciais: uma equipe que mais gritava do que jogava. Pouco fazia diferença. Se não ia na técnica, ia na voz. Os momentos de destaque foram em carrinhos de Alexander Barboza para afastar ataques do Bragantino ou quando Hugo evitava que Helinho chegasse à frente em uma corrida na linha de fundo.
E assim foi. Outros correram para que o raio pudesse cair novamente. Já com Danilo Barbosa e Marlon Freitas, que melhoraram – e muito – a qualidade do time em rodar a bola no meio-campo, o Botafogo melhorou a imposição no jogo. Júnior Santos pareceu que se confundiria com as pernas, mas achou Damián Suárez, que, com um passe inteligente, devolveu para o camisa 11. Foi cinema: levantou a bola com a perna direita e finalizou, de voleio, com a esquerda.
Os últimos meses, de um Botafogo que fácil se abatia quando levava um gol ou era ameaçado em uma pressão maior do adversário, não foram vistos durante o segundo tempo. A cada grito, vibração e durante o voleio de Júnior Santos, o que se viu foi uma energia que há muito estava distante do Estádio Nilton Santos.
Foi uma atuação típica de jogo eliminatório. As jogadas de mais efeito foram substituídas por carrinhos e desarmes mais fortes. Reclamações ao árbitro e chegadas fortes foram mais vistas do que chutes perigosos.
Não foi uma atuação de gala. Longe disso. E nem se sabe se o time estará na fase de grupos. A eliminatória está aberta, apesar da vantagem do empate no jogo da volta. Mas, a cada jogo que passa, a sensação é que se dá mais um passo para espantar o “fantasma de 2023”. E há que se vibrar.
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Fonte: GE