Rubens Gomes, que pode deixar cargo, é peça importante no xadrez político que terminou com a eleição de Augusto Melo e a saída do grupo Renovação e Transparência depois de 16 anos
Em campo, a pressão aumentou com a segunda derrota consecutiva e o início ruim de Campeonato Brasileiro. Fora das quatro linhas do gramado, a semana do Corinthians começa quente, com recados diretos do presidente Augusto Melo e turbulência nos bastidores em meio a acusações entre o diretor de futebol Rubens Gomes, o Rubão, e o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr.
As declarações de Rubão concedidas com exclusividade ao ge na semana passada repercutiram nos bastidores. Publicamente, o presidente Augusto Melo prometeu que nesta semana vai “corrigir tudo”, indicando até a possibilidade de derrubar Rubens Gomes do cargo estatutário de diretor de futebol.
– Mudança em tudo, pode ter certeza – disse ao ser questionado sobre a possível saída de Rubão do cargo de diretor de futebol, um dos mais cobiçados no Corinthians.
Porém, tirar o dirigente do caminho neste momento não é algo tão simples assim.
Nome relevante na política corintiana há décadas, Rubão foi um dos principais articuladores da campanha de Augusto Melo que superou o grupo Renovação e Transparência, que comandava o Corinthians há 16 anos.
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Papel político de Rubão
Com Rubão na articulação, Augusto Melo se aproximou de chapas como o “Movimento Corinthians Grande” e ganhou força no Parque São Jorge para disputar a eleição contra André Luiz Oliveira.
A chapa, por exemplo, é representada por nomes como Armando Mendonça (segundo vice-presidente), Rozallah Santoro (diretor financeiro) e Fernando Alba (diretor-adjunto).
Tratado como um “centrão” da política alvinegra, esse grupo abdicou de uma candidatura própria para criar um elenco maior de apoio a Augusto Melo. Com a vitória, cargos importantes dentro da diretoria acabaram com membros da chapa.
Diante do contexto de frente ampla da eleição, com participação importante de Rubão na articulação, há um temor dentro do Corinthians que a saída do dirigente possa causar um efeito dominó na diretoria, situação que enfraqueceria politicamente Augusto Melo.
O presidente enfrenta questionamentos nos bastidores por atitudes tomadas nos primeiros três meses de gestão, tanto em ações práticas como nas flagrantes contradições de algumas declarações dadas neste início de trajetória no executivo corintiano.
A possível saída de Rubão seria o estopim de uma crise instalada e que poderia ter efeitos importantes nos bastidores.
Augusto encara um Conselho Deliberativo dividido, com metade das chapas de oposição, e uma presidência do Conselho (Romeu Tuma Jr.) ainda em início de trabalhos.
Neste xadrez político, a aproximação do presidente com a União dos Vitalícios vem como contraponto. O grupo conta com conselheiros vitalícios que servem de sustentação a Augusto Melo neste momento de pressão.
Portanto, uma saída de Rubão só viria em um movimento bem calculado. É algo que politicamente pode alterar o jogo e pressionar o presidente corintiano nos bastidores.
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Fonte: GE