Técnico do Rubro-Negro também entende que precisa evoluir
O Vitória pode ter surpreendido muita gente ao ficar perto de bater o Botafogo, no último sábado, e terminar o jogo fora de casa com o celebrado empate por 1 a 1. Mas se tem uma pessoa que acreditou no time baiano é Thiago Carpini. O técnico, que sempre manteve a confiança na permanência do Rubro-Negro na Série A, agora colhe os frutos de uma corrida de recuperação com a salvação cada vez mais próxima.
O trabalho no Vitória é a volta por cima do jovem treinador de 40 anos após demissão do São Paulo, em abril deste ano, com 50% de aproveitamento em 18 jogos (sete vitórias, seis empates e cinco derrotas).
Pesaram contra ele a eliminação precoce no Paulistão, diante do Novorizontino, a falta de desempenho contra Talleres-ARG e Cobresal, na Libertadores, e as atuações ruins diante de Fortaleza e Flamengo, ainda no início do Brasileirão.
Foi a primeira experiência de Carpini em um grande clube brasileiro, depois de um 2023 quase perfeito, em que foi vice-campeão paulista, pelo pequeno Água Santa, e vice-campeão da Série B, com o Juventude.
Por isso que o trabalho no Vitória é visto pelo técnico como uma resposta positiva. Em entrevista coletiva após o jogo contra o Botafogo, ao fazer um balanço sobre a sua carreira, o treinador reconheceu que precisa evoluir, mas rejeitou o rótulo de promessa. Carpini se considera uma realidade.
– A cada oportunidade que nós temos, temos que aproveitar. É minha primeira oportunidade na Série A. Não me considero uma aposta, me considero uma realidade. Sei que tenho muito para evoluir, mas pelos meus números, final com Água Santa, acesso com Juventude, no São Paulo tivemos coisas boas, a Supercopa [título], quebra de tabu. No Vitória encontro esse cenário e estamos conseguindo entregar – iniciou o técnico.
O Vitória me deu essa oportunidade de dar uma resposta, eu me sinto cada vez mais preparado. Os números e meus resultados falam por si só. Então eu me considero uma jovem realidade”.
— Thiago Carpini, treinador do Leão
Corrida de recuperação
Carpini tem 12 vitórias, cinco empates e 14 derrotas no comando do Vitória, um aproveitamento de 44%. Mas o Leão atingiu melhor forma nos últimos meses, tanto que soma oito resultados positivos e 56,2% de aproveitamento no returno. Por isso, já está com 42 pontos e perto de cravar a permanência na elite.
O início do trabalho, entretanto, não foi tão fácil. Quando Carpini desembarcou no Barradão após a saída de Léo Condé, o Vitória não vencia há sete partidas, tinha um ponto em cinco jogos no Brasileiro e amargava o 18º lugar, afundado na zona de rebaixamento.
Como o Rubro-Negro precisava de mudanças drásticas, seu perfil linha dura deu muito certo. O elenco teve saídas, como Rodrigo Andrade e Dudu, depois de serem agredidos em um bar de Salvador. O atacante Mateus Gonçalves foi outro nome dispensado que chamou atenção.
Em menos de um mês, o Vitória reagiu e deixou a briga contra a lanterna para trás. A segunda parte do trabalho foi a mais complicada e longeva, com oscilações e saídas e entradas na zona de rebaixamento. Mas depois de contratações importantes na segunda janela de transferências, o time baiano estava pronto para consolidar a sua recuperação, o que aconteceu, de fato, neste returno.
Dos seis contratados neste período, três foram titulares diante do Botafogo: os zagueiros Edu e Neris e o volante Ricardo Ryller. Já o volante Filipe Machado e os atacantes Gustavo Mosquito e Carlos Eduardo entraram em campo no decorrer do segundo tempo.
O próprio Carlos Eduardo será desfalque, por causa de suspensão, do próximo desafio do Vitória. O Rubro-Negro recebe o Fortaleza neste domingo, às 18h30 (de Brasília), no Barradão, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Fonte: GE