Renato Portaluppi após o heptacampeonato gaúcho do Grêmio — Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Maior ídolo da história do clube completa 500 jogos como técnico do Grêmio na noite desta terça-feira em duelo com o Huachipato pela Conmebol Libertadores

Três dias depois de igualar com Oswaldo Rolla como técnico mais vitorioso da história do Grêmio, Renato Portaluppi atingirá uma marca tão relevante ou maior. Na noite desta terça-feira, contra o Huachipato, pela Conmebol Libertadores, o ídolo fará o jogo 500 como técnico do clube. Em entrevista exclusiva, Renato revela a equipe mais marcante que comandou, o jogador que mais honrou a camisa 7 e o sentimento pelo feito atingido.

É uma semana de grandes emoções para o ídolo tricolor. No sábado, atingiu o 10º título no clube como treinador. A marca do jogo é tão expressiva que até para Renato, que é conhecido pela irreverência, foi difícil absorver o significado.

– Eu nem acredito. É muita coisa. Os cabelos brancos que o digam (risos). É muito estresse. Não é pra qualquer treinador, não. Para chegar a uma marca de 500 jogos, é porque realmente eu dei resultado positivo para o clube, porque não é qualquer treinador que faz 500 jogos. Não só no Grêmio, em qualquer clube. Você precisa dar resultados para ter a oportunidade de chegar em uma marca dessas. É um título. Um título grande – defende o técnico.

A primeira passagem do treinador no clube gaúcho foi em 2010. Naquela oportunidade, chegou em agosto para substituir Silas, em meio ao Campeonato Brasileiro. O Grêmio estava na zona de rebaixamento e, sob o comando do ídolo, fez 43 pontos no returno e terminou em quarto colocado, classificado para a Libertadores.

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Aliás, em entrevista exclusiva ao ge e RBS TV, Renato revelou que, apesar de ter comandado outros times campeões no Grêmio, o grupo da primeira passagem foi o que mais o marcou. Na época, o elenco contava com nomes como Jonas, André Lima, Fábio Rochemback, Douglas, Gabriel e Lúcio, entre outros.

– Gosto de elogiar sempre todos meus grupos. Se tivesse que destacar um, eu destacaria o de 2010. Porque eu cheguei e o Grêmio estava em 19º, ia começar o segundo turno, todos apostavam que o Grêmio ia cair e nós tivemos o melhor aproveitamento entre todos no segundo turno e, no final, o Grêmio estava na Libertadores. Pelo desafio, eu estava bem no Bahia, pegar o clube em penúltimo lugar do Brasileiro… Aquele grupo era maravilhoso, de muita qualidade. Eu tinha uma máquina, uma Ferrari, era só saber pilotar – revelou.

Em 2013, retornou também durante a temporada, desta vez para o lugar de Vanderlei Luxemburgo. O Grêmio já havia sido eliminado nas oitavas de final da Libertadores e restava a Copa do Brasil e o Brasileirão. Foi vice-campeão nos pontos corridos e caiu na semifinal para o Athletico.

A terceira passagem do treinador foi a mais longeva e vitoriosa até o momento. Assim como as anteriores, chegou para o lugar de Roger. A estreia foi logo no segundo jogo das oitavas da Copa do Brasil, em classificação dramática nos pênaltis. Ao final, o fim da fila de 15 anos sem conquista relevante com o Penta da competição.

No ano seguinte, levou o Grêmio ao tricampeonato da Libertadores e, posteriormente, ao título da Recopa Sul-Americana. Naquela passagem, conquistou também três Gauchão e uma Recopa Gaúcha. Em abril de 2021, após a queda na terceira fase da Libertadores, foi desligado do cargo.

Decisivo como jogador com a camisa 7 às costas, Renato comandou inúmeros atletas que carregaram o peso da história. Para ele, o mais marcante a vestir o a responsabilidade conviveu em quase toda a terceira passagem e em parte da quarta.

– Nas minhas mãos, acho que foi o Luan. Luan me representou muito bem com a 7. Soteldo quis ela esse ano, falei que ele não tem esse tamanho todo (risos), mas vamos lá – brincou ao melhor estilo Renato.

A quarta e atual passagem iniciou em 2022, quando assumiu a equipe nas últimas 10 rodadas da Série B do Brasileirão, também na vaga de Roger Machado. O Tricolor voltou à elite da competição e venceu as duas últimas edições do Gauchão.

Renato foi questionado sobre o melhor jogador que treinou no Grêmio ao longo destas 500 partidas. O técnico ficou em cima do muro nessa, mas fez uma lembrança recente ao citar o nome de Suárez.

– Fica difícil falar. Treinei grandes jogadores aqui no Grêmio. Eu cometeria uma injustiça se eu falasse esse ou aquele, por deixar outro de fora. Eu me sinto privilegiado de ter treinado grandes jogadores. Sem dúvida, o mais recente foi o Suárez. Mas é difícil. Treinei bons brasileiros – destacou Renato.

Desde 1983 Renato está na história do clube, quando venceu a primeira Libertadores e, meses depois, o título mundial, com dois gols diante do Hamburgo. Mas o destino reservou feitos tão grandes quanto também como treinador.

Renato Portaluppi é a principal figura da história contemporânea do Grêmio e virou estátua na Arena. Cada passagem reforça ainda mais seu nome no museu do clube com títulos e marcas grandiosas. Se tornou um personagem que, acima de tudo, defende o Tricolor, mas agora fora das quatro linhas.

– Vejo o quanto é importante uma figura defender o Grêmio, pelo que eu represento no clube, porque eu me coloco no lugar do torcedor. Às vezes tenho que gritar e quando eu grito não é pra machucar ninguém, não é pra agredir ninguém, é para defender o meu clube. O torcedor pode ficar tranquilo porque eu vou defender sempre meu grupo e o clube – completou o treinador.

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Fonte: GE

By Leo